sexta-feira, 24 de outubro de 2014

Oráculos Contra Tiro - zequiel 26

Interpretação de Ezequiel 26


Oráculos Contra Tiro. 26:1 – 28:19.

Com referência a outras maldições, veja Is. 23; João 3:4-8; Amós 1:9, 10; Zc. 9:3, 4.
A antiguidade de Tiro se atesta através de Heródoto (ü, 44) e as Cartas de Amarna (cons. Pritchard, ANET, 484). Forçados a sair da Palestina e Síria no décimo terceiro e décimosegundo séculos, os fenícios voltaram suas energias para o lado do mar e vieram a ser os maiores marinheiros e comerciantes de todos os tempos, em relação ao mundo conhecido (cons. Albright, “The Role of the Canaanites in the History of Civilization”, em The Bible and the Ancient Near East, ed. por G. E. Wright, págs. 328.362, esp. págs. 328, 335, 340 e segs.). Rirão I, rei de Tiro (969.936), fez pactos com Davi e Salomão (II Sm. 5:11; I Reis 5:1-18; 9:10-14, 26, 27). Jezabel, a rainha consorte de Acabe e filha de Etbaal (Ittobaal 1, 887-856), rei dos sidônios, introduziu o culto a Baal Melcarte de Tiro, senhor do inferno, da tempestade e da fertilidade, em Israel (I Reis 16:31; 18).

Tiro foi molestada pelos monarcas assírios e subjugada por Assurbanipal (ANET, pág. 295). Procurou,fazer uma aliança com Zedequias contra Nabucodonosor (Jr. 27:3; 28:1). Em 588 Faraó Hofra atacou Tiro e Sidom (Heródoto ii. 161; Diodorus Siculus, 1. 68). Nabucodonosor cercou Tiro durante treze anos (585-573), mas não conseguiu tomá-la (Ez. 29:18; Josefo Antiquities X. 11. 1; Against Apion 1. 20, 21). Após um cerco de sete meses, Alexandre, o Grande, finalmente destruiu a cidade-ilha em 332 A.C., construindo um molhe do continente até a ilha (Diod. Sic. XVII. 40-46). Foi reconstruída em 314 A.C.. Tiro está relacionada com o ministério de Jesus (Mt. 15:21-28; Mc. 3:8; cons. Mt. 11:21, 22), e foi o lar de crentes (Atos 21:3-6). Orígenes foi ali sepultado em 254 d. C. e Eusébio pregou ali em 323. Os muçulmanos a conquistaram em 638 e os cruzados a tomaram em 1124. A cidade foi completamente destruída pelos sarracenos em 1291. Atualmente é uma pequena vila de pescadores, Es-Sur.

Ezequiel dedica mais espaço a Tiro, “A Veneza da Antiguidade”, do que qualquer outro escritor do V. T. Nos capítulos 26-28, o profeta prediz a derrota deste grande poder naval sob as mãos de Nabucodonosor (cap. 26), lamenta o naufrágio deste galante navio Tiro em uma lamentação magnífica (cap. 27); e em uma canção de escárnio descreve o orgulho e a queda do príncipe de Tiro (28:1-19).

Ezequiel 26
1) Derrota e Destruição de Tiro. 26:1-21.
O capítulo contém quatro oráculos, cada um introduzido por “assim diz o Senhor” (vs. 3, 7, 15, 19). A tradicional observação marginal hebraica do capítulo diz “metade do livro”.
a) A Culpa de Tiro. 26:1-6.
1. No undécimo ano, no primeiro dia do mês; isto é, 586 (ou 587) A. C. O versículo 2 dá a entender que o oráculo veio depois da destruição de Jerusalém em 586 A.C., cuja notícia Ezequiel não ouviu até o décimo segundo ano e o décimo mês (33:21). Alguns manuscritos hebraicos, a LXX e a Siríaca dão undécimo ano em 33:21, que colocaria esta profecia no undécimo ano e undécimo ou décimo segundo mês.
2. A porta dos povos. Jerusalém ficava sobre as estradas dos pedágios. Está quebrada. Já não poderia mais receber das caravanas os impostos que Tiro cobiçava.
4. Tiro (= sôr; e sûr= “rocha”), localizada em uma ilha rochosa de 57,46 hectares, tinha dois portos ligados por um canal, o porto sidônio a nordeste e o egípcio ao sul. A cidade-ilha tinha 1.107m ao longo da praia desde a cidade murada até o continente.
6. Suas filhas, que estão no continente (cons. v. 8). A linha das colônias fenícias do outro lado da cidade-ilha.

b) Sua Iminente Destruição por Nabucodonosor. 26:7-14.
7. Nabucodonosor é a forma do nome sempre usada por Ezequiel paraNabukudurri-usur, “Nebo, proteja minhas fronteiras”. Rei de Babilônia... o rei dos reis. Um título assírio (cons. Dn. 2:37; Esdras 7:12). Desde o norte. Veja também Jr. 1:14; 4:6; 6:1, etc.
8,9. Em seu ataque, Nabucodonosor empregou um baluarte, ou uma torre móvel; um terrapleno (AV, monte); um telhado de paveses (AV, levantamento de escudos), igual ao testudo romano; aríetes ferros, literalmente, espadas, no sentido de ferramentas.
11. Fortes colunas (fortes guarnições, AV; singular, massebâ). Colunas sagradas ou monumentos (cons. Heródoto ii. 44).

c) Efeitos de Sua Queda Sobre os Príncipes do Mar. 26:15-18.
15. Terras do mar. As praias e as ilhas com as quais Tiro comerciava. Muitas de suas colônias e seus mercenários temiam uma ameaça à sua própria prosperidade na queda de Tiro.
16. Os príncipes do mar. Príncipes mercadores ou reis de cidades. Tirarão de si os seus mantos e despirão as suas vestes bordadas. Cons. João 3:6. Observe as roupas elaboradas dos reis assírios nas esculturas e monumentos.
17, 18. As lamentações dos príncipes. Cons. 27:25b-36.

d) A Descida de Tiro ao Inferno. 26:19-21.
19. As ondas do mar (tehôm). A profundidade do mar, virtualmente um nome próprio aqui, como em 31:15; Amós 7:4. Tiro foi conquistada pelas muitas águas em lugar de conquistá-las.
20. Tiro teria de descer com os que descem à cova, ao povo antigo (aqueles que morreram há muito, Sl. 143:3; Lm. 3:6), às mais baixas partes da terra. Cons. 31:15 para comentário sobre cova, partes baixas, Sheol. As Escrituras geralmente falam do lugar dos mortos como sendo as profundezas da terra (cons. Ef. 4:9), mas isto não prova que os escritores cressem que esse fosse o verdadeiro lugar dos espíritos que partiam. Considerando que os homens pensam em termos concretos, é natural que, à vista do sepultamento do corpo, se localize este lugar sob a terra. Os homens de todos os lados da terra falam de Deus dizendo que está “acima” deles, embora saibam que Ele é onipresente (cons. Mc. 6:41; 7:34; Lc. 9:16; Jo. 17:1). Para que não sejas habitada (LXX, e tu não permanecerás, isto é, não existirás). Esta tradução das vogais pontuadas parece dar o sentido exigido mais do que a antítese fora do comum do T.M.,e eu darei glória.


Nabucodonosor, ou não conquistou Tiro, ou deixou de conseguir dela qualquer despojo considerável (29:18); pois seus tesouros provavelmente foram levados por navios, como Jerônimo sugere. Alexandre, o Grande, destruiu a cidade em 332 A. C. , e a destruição rural da cidade reconstruída foi obra dos sarracenos em 1291 d.C. Isto pode ser um exemplo da natureza condicional de algumas profecias, um caso em que o arrependimento revogou a sentença de morte (cons. o livro de Jonas; Jr. 26:17-19, que é uma elucidação de Mq. 3:12; Is. 38; Jr. 11:7-11, uma exposição clara deste princípio). É possível que Tiro fosse poupada por causa de um arrependimento não registrado.


fonte
http://bibliotecabiblica.blogspot.com.br/2014/10/interpretacao-de-ezequiel-26.html?utm_source=feedburner&utm_medium=feed&utm_campaign=Feed:+BBO+(Estudos+B%C3%ADblicos+%7C+Livros+%7C+Teologia)

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